27/03/18

Minha mãe conversando com meus filhos sobre morte. Assunto que eu considero inapropriado para crianças. 7 e 4 anos, penso que devem ser poupados de tamanho tormento.
Ela contando que os pais dela eram velhinhos, que morreram e moram no céu.
Meu caçula então logo falou que como ela é velha, ia morrer também. E depois a mamãe que já é quase velha. Que quando a gente morresse, eles iam ficar com o tio Weber.
O mais velho interrompeu dizendo que eles iam ficar com eles mesmos. A gente que vai se cuidar. Eu cuido de você e você cuida de mim.
Eu logo entrei na conversa e questionei coisas praticas. E quem vai trabalhar nessa casa? A gente! Quem vai cuidar da casa? A gente! Quem vai no mercado? A gente! Quem vai cozinhar? A gente! Um vai cuidar do outro pra sempre! E a Giovanna vem ajudar.
Nesse ponto a minha carranca já havia sido destruída pela onda de afeto que abraçava meu coração gelatinoso. Como se por acaso eu acabasse ali, tudo estaria encaminhado e ficaria bem.
Depois deu uma tristezinha em pensar que com tanta gente que nos cerca, eles inconscientemente já sabem que devem contar apenas um com o outro. Não citaram tantos outros tios. Tampouco o pai…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *