05/03/17

Lembro-me da emoção na hora da compra de cada item para compor aquela casa. Lembro-me de vistoriar cada tapetinho de cada loja afim de encontrar o perfeito, o que combinaria direitinho com aquele meu pedaço do céu na terra. Minha casinha tão desejada e amada. 
Ele tinha um desenho gracioso de uma casa, com jardim, flores lindas e com os dizeres “Bem vindo ao nosso lar”. E se encaixava perfeitamente naquela realidade paralela em que só eu vivia. 

Dói e não é pouco. 

O que mata mais é ver que foi unilateral. Que não foi eterno enquanto durou. Que cada dia, de cada mês de todos aqueles anos, não valeram nada. N A D A. 

Saiu sem olhar para trás, sem conversa, sem carinho, sem respeito… Fiquei com a bagagem toda espalhada e carreguei nas costas. Me deixou no chão e sem chão. Ainda jogando aos quatro cantos sua felicidade e realização após sua libertação.

Ah, não existiu mesmo um “nós”!

O nosso lar não foi real, não era nosso. Não era um lar! 

O fato é que eu não conseguia substituir o outrora bendito, maldito agora, tapetinho da porta da sala. 

Finalmente deu certo! 

E me custou 3 reais. Apenas 3 moedinhas que tinha na bolsa. Mas a simbologia que aquele simples capacho basiquinho, quase sem graça, que passa despercebido pode me transformar, me libertar.

Um pequeno passo para um desapegado. Um grande passo em busca da harmonia sentimental daqui de dentro. 

Um milímetro de casquinha de machucado de cada vez! 

Amém! 

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