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Cestinha coração {DIY}

Cestinha feita com feltro em formato de coração. Recheei com bombom para ficar como sugestão de presente para o dia dos namorados. Ela pode ser usada depois como cestinha ou como bauzinho com tampa.

Link para o kit na lojinha: https://www.elo7.com.br/kit-love-em-feltro-cartao-cestinha-bandeirinhas/dp/18904C3

Inspirem-se! (ˆ◡ˆ)♥

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Pingentes Três Reis em feltro {DIY}

Pingentinhos dos três reis magos mais a estrela cadente feitos com feltro para decorar a árvore de natal. Esses eu fiz com recheio de eva. Anteriormente fiz enchendo com fibra siliconada e decorei uma guirlanda. Com manta acrílica ou forrobel também deve funcionar muito bem!

Inspirem-se! (ˆ◡ˆ)♥

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06/10/21

Eu só chorava. A gestação inteira. Dormia chorando, acordava chorando, trabalhava chorando. Os olhos escorriam o tempo todo. Quando vinham as crises com soluço, me escondia no banheiro. Evitava as pessoas. Não usava elevador, as escadas são o paraíso. Na rua e no transporte público, as pessoas não se enxergam e isso me salvava. Eu saia do trabalho e parava na igreja do lado da estação, ali podia chorar em paz. Ou no shopping só sentar quietinha sozinha no meio da multidão. Passava horas enrolando o tempo pra poder chegar em casa já na hora de dormir. Uma conexão insana com a barriga. Nós duas contra o mundo!


Eu tinha 17 anos. Estava no ultimo ano do ensino médio. Tudo o que eu queria era crescer, sair de casa. Infância difícil. Pai alcoólatra. Zero afinidade com a mãe. Irmão machista. Eu era invisível! Já trabalhava. Tinha um relacionamento meio abusivo de três anos. Era bom na maior parte do tempo. Eu o amava e ele me idolatrava. Me sentia verdadeiramente amada, como nunca mais senti. Mas era passarinho na gaiola. E eu queria o mundo. Foi a primeira vez que segui a razão mesmo com o coração partido por partir um coração. Queria ser dona do meu próprio nariz! 
Logo em seguida, no trabalho, recebi um bilhetinho que tinha um admirador secreto. Aquilo me instigou. Deu medo e curiosidade.  Bilhetinhos e mais bilhetinhos. Conheci. Me apaixonei. É tudo perfeito para olhos apaixonados. Resolvi curtir o momento. Mergulhei de cabeça! Mas era raso. Me quebrei inteira! Nunca mais quis curtir o momento! 
Foram lindos três meses. Até que simplesmente sumiu. Sem dizer nada. Trocou de trabalho. Parou de responder mensagens. Não atendia as ligações. E era aqui que devíamos ter nos desencontrado pra sempre. Não fosse pela sementinha que ja estava plantada. 


Insisti por uns dias. Me culpei. Aceitei. Atrasei. Me assustei. Adiei o curso. Congelei a ideia da faculdade. Neguei. Neguei. Neguei. Decidi fazer o teste. Liguei mais uma vez. Nada. Que momento horrível fazer o exame. Liguei mais uma vez. Não queria pegar o resultado sozinha. Liguei. Peguei o exame. Liguei. Não abri. Liguei. Resolvi abrir sozinha no meio da rua. Liguei. Então desmoronei. Cai prostrada na calçada. Celular foi pra um lado, bolsa pro outro. Chorei em posição fetal ali por umas três horas. Até hoje quando passo naquela rua, vejo a cena e queria voltar no momento pra me pegar no colo… Depois de umas duas semanas convivendo sozinha com aquela informação, decidi enviar uma carta, sim uma carta, contando pra ele. Pedindo pra me ligar para conversarmos. Uns dez dias sem resposta, precisei contar em casa. Sem coragem. Sai pro trabalho e deixei o exame positivo na mesa com um bilhetinho pedindo desculpa. A noite fui bem acolhida, graças a Deus. A família dele que abriu a carta. A família que fez ele aparecer. Foi ali que coloquei meu eu no bolso e comecei viver pela nova vida que estava por vir. Eu não queria mais ter contato com ele mas não era mais por mim. Ele é família do meu bebe também. Como o amava, aceitava algumas migalhas de afeto esporádico. Não pressionava, queria que estivesse comigo por querer estar comigo e não porque todos em volta achavam que devíamos ficar juntos. Tentei a todo custo silenciar meus sentimentos pois a prioridade da minha existência passou a ser outra. 


Recebi apoio. Muita ajuda com enxoval. Não do pai. De outras pessoas. Fiz plano de saúde. Acompanhamento. Organizei as coisas, reformei a casa. Tudo sozinha com um salário mínimo. Foi Deus! Meu irmão se revelou um ótimo companheiro. Ia em algumas consultas e exames. Eu sempre avisava o pai. Esperava. Ele nunca apareceu. Nem naquele que se descobre o sexo. Esse me magoou profundamente. Foi ali sozinha que escolhi o nome. Gerou briga depois porque ele queria outro, o avô queria outro. Pouco me importei. Nesse dia passei a ser a pessoa que não se importa com a opinião de quem não estava presente quando deveria. Até hoje sou assim. Dou a chance de participar. Me deixou resolver sozinha? Nunca mais fale sobre o assunto! Ele aparecia em casa quando queria. Falava que ia, não ia. Atendia vez ou outra. Nas últimas semanas decidi não ligar mais. Deixar ele descobrir do parto no tempo dele. Fui bem criticada por não compreender que era difícil pro coitadinho. 

Então no dia 06 de Outubro, com 39 semanas e 5 dias de gestação, entrei em trabalho de parto. Já sabia que não teria o medico que me acompanhou pois ele atendia muito longe de onde eu moro e sem carro, ficaria impossível chegar. Não queria agendar uma cesárea. Queria esperar o tempo dela, a hora dela, respeitar o processo dela. Julgamentos e mais julgamentos. Não conhecia ninguém que teve parto normal. Um absurdo querer seguir o fluxo da natureza! Não liguei pra avisar o pai. Não suportaria não ser atendida naquele momento. Minha queridíssima vizinha me deu carona pro hospital. Cheguei lá as 21h. Fui examinada e liberada. Ainda demoraria e não podia ficar esperando lá. Quando não se tem conhecimento, as contrações são desesperadoras. Um medo irracional. Voltamos pra casa. As dores continuavam. Virou o dia. As 3h da madrugada chamei a vizinha novamente. Seguimos. Examinada, dispensada. Fiz meu primeiro barraco da vida e decidi não sair dali enquanto não nascesse. Consegui ser internada. Uma noite toda de dor. Minha mãe do lado insistindo pra eu pedir cesárea, insistindo pra eu ligar pro pai. Eu só queria me concentrar na dor e torcia para que aquilo passasse logo. 


Dia 07 de Outubro de 2.003, as 10:50h da manhã, Giovanna chegou ao mundo. Até hoje não consigo descrever aquele momento. Incondicional acho que é a palavra. Inexplicável! Eu só queria que fossemos nós duas ali e pra sempre. Mas entendia que ela não era só minha. E isso me despedaçava. Ali e até hoje. Minha mãe de cara já se conectou a ela. Como nunca foi comigo. Não tenho ciúmes, fico feliz por elas terem isso. Meu irmão também. Uma afinidade que nem se nomeia. Giovanna tem isso. Cativa todos ao seu redor. É luz, amor e alegria. Eu não conseguiria viver sem deixar ela ter contato com a outra parte da família. É um direito de todos. Mesmo com o alto preço que pago por isso. Não é sobre mim. 


Nossas dores são nossas. Nossos aprendizados são nossos. Nossos filhos são deles mesmos! Precisamos estar na retaguarda dando suporte e combustível. Voa minha passarinha! Voa! Você já nasceu pronta! E hoje é um espetáculo! Te amo Gi! 🖤

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05/10/21

Passei muito tempo querendo deixar de amar. Agora estou empenhada em parar de odiar.

Ele é a PIOR pessoa da minha vida. A personificação exata do termo ‘lobo em pele de cordeiro’. Doce, simpático, prestativo, alegre, brincalhão, divertido. Voz calma e suave. Amigo de todo mundo. Injustiçado. Vítima. Coitadinho. Não sabe falar não. Isso o leva a dizer tudo que a outra pessoa quer escutar. O que faz consequentemente não condizer o que fala com o que faz. Responsabilidade afetiva passa longe. Pode ser que a gente namora até hoje pois não sabe finalizar as coisas… Deixa aberto pra não se comprometer. Pra não ter culpa. Responsabilidade. Responsabilidade… Cinco anos a mais que eu, há dezoito era imaturo pra ter responsabilidade. Hoje continua igual. Acho que tenho inveja da leveza que aproveita a vida enquanto me massacrou com o peso da responsabilidade dupla que precisei carregar. Nunca pressionei, nunca cobrei. Eu só queria honestidade. Nunca segurou minha mão. Impossível sermos amigos. Infelizmente. 


Giovanna tem tanto desse pai. Isso me assustava. Hoje agradeço. Se ela só tivesse absorvido todos os meus fantasmas não teria se tornado a mulher leve e divertida que é hoje. Apesar de. 

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Minha chavinha virou!

Tudo faz parte do processo. E o meu foi longo. Foram 5 anos de luto. Um pouco mais se contar que não começou no fim e sim quando descarrilhou aos poucos bom tempo antes. 

Na verdade pode ter sido bem antes, quando a maternagem me atropelou. Minha filha vai completar 18 anos mas eu já completei 18 anos sendo mãe pois pra mim contam os 9 meses antes do parto também. 

2021 começou cheio questões internas. No decorrer dos meses eu me transformei. Nesse período li quase 50 livros e destaco esses 3 que gostaria de recomendar fortemente. 

Dias de abandono – fala sobre divórcio. Sobre a bagunça que fica. Sobre se dar o tempo de processar a nova realidade e só depois de se curar, recomeçar. 

Talvez você deva conversar com alguém – é divertido e leve sobre auto conhecimento. Riquíssimo! Aquele livro abraço, acalento! 

O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido e seus filhos ficarão gratos de você ler – humaniza as pessoas. Da mecanismos de analisar rupturas e estimula repara-las. Bagunça muita coisa pois mexe em feridas. Também da esperança de relações melhores a partir de reflexão e boa vontade. 

Nosso crescimento é interno, pessoal, intransferível. Bom lembrar que cada um ao seu próprio tempo. E que a linha não é reta. Tem muitos altos e baixos. Tropeços. Erros e acertos. Não importa a velocidade e sim a constância. 

Eu estava vivendo, ou melhor, sobrevivendo, meio que no piloto automático. Peguei todas as obrigações da vida, toda carga pesadíssima e abracei. Analisei o que tinha, vi quem caiu fora, vi que só podia contar comigo mesma. Fiz o que tinha que ser feito. Doa a quem doer. E no caso, só doia em mim.  Não achei que merecesse compaixão. Apenas que devesse seguir. E assim o fiz. Guardei a Alinne no bolso e segui pelo bem geral dos que dependem de mim. Aprendi ficar confortável na minha casca. Tive alguns raros dias bons. Até que… A Alinne guardada, eclodiu! 

Tive vontade de viver. Apesar de todos os pesares pesados. Não me cabe mais apenas sobreviver!  

Me reconectei com a Alinne de 16 anos. Era tão forte, destemida, obstinada. Cheia de desejos. De alegria. De vida. Abracei meu novo corpo. Prometi não mais o odiar. Trata-lo com carinho, respeito e gratidão. Redescobri sua grande potencia o levando pra jogo. Nunca tinha sido tão realizada com ele, mesmo quando ele estava em sua melhor forma, em qualquer forma. Não é isso que verdadeiramente importa. É o sentir! 

É de dentro pra fora! 

Eu me abri pro mundo. E o mundo se abriu pra mim. 

Façamos terapia! 

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22/04/21

Eu não arrumo minha cama todos os dias. Tipo copo meio cheio ou meio vazio, eu arrumo meio cheio. Assim considero. As vezes largo mão e passo dias só dando uma ajeitadinha antes de usar novamente. Outras, arrumo direitinho por dias a fio. Ora desisto por questionar o sistema, os motivos, se é o que eu quero mesmo ou o que esperam de mim. Ora me dedico por ser uma coisa que sou responsável, por mim e para mim, apenas. 
Hoje a tarde minha mãe estava ao telefone com minha tia e ouvi mais uma vez me criticando pois nunca arrumo minha cama. 
Agora a noite, meu caçula veio ficar comigo no quarto, deitou na minha cama, se acomodou bem e falou que adora minha cama pois está sempre arrumadinha. 
Larguei o livro que estava lendo. Parei por uns longos instantes sem palavras e refletindo… Sempre haverão muitos pontos de vista sobre a mesma história. Como bem disse a psicóloga pra minha menina essa semana: precisamos usar filtros. Filtros!