16/02/17

Ser mãe é… 
É padecer no altruísmo. Abnegação. Ser trouxa pra ser mais exata. 

Ser mãe e ter um filho são coisas distintas. Eu sou mãe. Mas se tivesse o mínimo de amor próprio, deveria apenas ter filhos. 

Sim. É tudo aquilo piegas de incondicional, supremo, êxtase, sublime. A gente cresce. Eleva. É indescritível! 

Mas… Sempre tem os três pontinhos! 

Na maioria das vezes vale a pena.

Tem momentos que não. 

São 7h da manhã e já estou destruída. Preparei os filhos para as escolas. Acompanhei a mais velha, 13 anos. Não aceita sair apenas no horário, quer ir mais cedo, quer passar na casa das amigas, quer ir pelo caminho mais estranho, mais escuro, menos movimentado, quer ir “ali” com não sei quem, quer ficar na porta da escola, quer que a mãe morra. Não ouve. Não aceita. Dou espaço. Deixo ir. Deixo escorrer pelo ralo minha sanidade. Vez ou outra resolvo ir junto. Junto não! Que mico! Do outro lado da rua. Na quadra de trás. Maldito horário de verão que 6:30h ainda é tarde da noite. 

Clandestinamente. Feito criminosa. Depois invisível novamente. 

Voltei vagando caminho a fora. Pensamento longe. Sem observar os carros. Sem me preocupar ao atravessar as ruas. Dando aquele toque maroto ao anjo da guarda: fecha os olhos dai que eu fecho daqui, e aceito bem o que vier. Tanto faz! A vontade é de voltar pra cama, largar a agenda e dormir de novo pra ver se acorda direito na próxima. Sei que não vai funcionar. Egoísmo foi o item que não tinha na fábrica. Faltou! 

Três filhos de idades diferentes, escolas diferentes, tem uns apertos. Bimestre passado calhou da reunião de pais de dois serem no mesmo dia. Não da pra escolher, aperta daqui, corre dali. Me desdobrei e fui nas duas. Chegando na do caçula, a reação dele ao me ver de surpresa foi linda. Já chegando na outra, a cara de decepção e desgosto da mais velha foi inesquecível. Sem contar as palavras que ferem e eu tento nem reproduzir pra ver se somem mais facilmente. 

Eu erro!? Óbvio que sim. Muito! Nego meus erros!? Não! Os carrego e também suas metástases. O maior deles foi ter me envolvido com um pulha. Que me deu a melhor coisa da minha vida e também o pior fardo. Não posso me perdoar por ter dado um pai tão desprezível à minha menininha. Na verdade ele nunca foi pai. Apenas teve uma filha. 

E o fato é: ela o idolatra e proporcionalmente me odeia. 

Veja bem. Agora pode concordar que ter um filho é muito mais inteligente que ser mãe!?

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