Eu consegui dormir no meio da cama!

Até então, ocupava metade e a parte que foi deixada, permanecia intacta.

Quando a gente é criança, deseja uma cama bem grande pra se esticar e ocupar todos os seus centímetros.

Depois que casa, a gente divide, hora provando que dois corpos podem sim ocupar o mesmo espaço, hora se equilibrando para não cair dali. 

E quando separa, não se sabe o que fazer com a imensidão. Com o que restou. Como jogar tetris com a partes a serem remendadas.  

Nesse processo de se reencontrar, tudo muda! 

Alguns hábitos são mais difíceis de lidar. 

Sem perceber, umas coisas ficam intocadas. 

Umas coisas básicas são executas automaticamente. 

Umas coisas complexas são deixadas pra depois.

Por aqui, todas ainda doem. 

Mesmo as que por alivio de ter me livrado, até as que lamento ter perdido. 

Não consigo saber qual é qual. Dia vejo claramente, dia penso ter catarata. Dias prefiro nem pensar… 

O fato é que organizar é coisa de formiguinha, que trabalha duro pelo próximo verão desde o outono. 

Bem verdade é aquela frase do transporte público que diz para aguardar primeiro o desembarque para depois embarcar. Literalmente! Filosoficamente! Pateticamente! 

E agora depois de uns meses da chegada desse último furacão que fez morada em minha vida, eis que um fato corriqueiro fez um estalo por aqui. 

Será que é o primeiro passo pra deixar pra tráz tudo o que não me leva pra frente?

Pode significar absolutamente nada. 

Prefiro enfeitar e acarinhar esse coraçãozinho carente de esperança por dias melhores. 

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